Filme do dia: Deixe ela entrar

cartaz de deixe ela entrar

 

Título: Deixe Ela Entrar (Låt den Rätte Komma In – Suécia, 2007  – 110 min)
Gênero: Terror

Esqueçam tudo o que vocês viram nos últimos anos em relação a filmes de terror, mais especificamente falando de vampiros. Tudo vai mudar quando assistirem a este excelente filme feito na Suécia (dirigido competentemente por Tomas Alfredson).

Apesar de seu uma produção feita com baixo orçamento é um filme impressionante e tem tudo para ser o melhor filme de 2008.

Isso mesmo, o filme é de 2008 e só agora, depois de uma brilhante carreira de público e crítica pelo mundo, chegou ao Brasil.

O filme é de terror, mais paralelamente trata de uma história de amor entre duas crianças, Oskar ( Kare Hedebrant), um jovem de 12 anos que vive na gelada Blackeberg (subúrbio de Estocolmo), na década de 80 e sua vizinha Eli (Lina Leandersson), que acabou de se mudar para a vizinhança. Ela aparentemente também tem 12 anos (isso a mais de 200 anos como ela fala em uma das partes do filme: “tenho mais ou menos 12 anos há muito tempo”).

Os dois atores interpretam muito bem os personagens e convencem o público. Durante o filme Oskar é perseguido pelos valentões da sua escola, tem problemas com os pais que não ligam muito para sua vida e por isso vive isolado, até o dia em que saindo para rua durante o inverno rigoroso encontra Eli e faz amizade com ela, mesmo ela fazendo o possível para evitar esta aproximação. Daí sua vida muda completamente e começa a ter um sentido, mudando suas atitudes e sua auto-estima (ele chega até a reagir contra os moleques que o perturbam na escola).

Eli é uma menininha que não pode crescer, vive com um protetor (um senhor de meia idade) e  por necessidade, dada a sua situação, aprendeu a ser fria ao assassinar pessoas em busca de sangue para sobreviver.

Se levarmos em consideração a descrição seria somente mais um filme de terror de baixa produção, mais o que torna este filme uma real experiência e a forma como o filme é apresentado ao expectador. Ao começar a ver o filme mergulhamos em um clima sombrio, com bastante noite, frio, poucos diálogos e muito mistério.

Diferentemente do cinema americano o filme não dá sustos na platéia utilizando-se de efeitos sonoros, o terror é gradual, psicológico e totalmente sufocante. O vampiro não toma o plano principal da trama, o drama impera nesta área e em certas partes o filme se torna extremamente sangrento e agoniante.

Muitas pessoas se emocionam ao verem o filme ou ao ler o livro que originou o filme (obra do mesmo nome lançado em 2004). Ele segue as tradicionais regras criadas para o mundo dos vampiros. Eli não pode ser exposta ao Sol por isso dorme durante o dia, só pode entrar na casa de um estranho caso seja convidada (por isso o título) e tem força sobre-humana, limitada por sua idade quando foi transformada. Apesar da aparência linda e frágil ela é uma predadora, não economizando violência e sadismo quando precisa se alimentar.

Como é uma produção européia a trama tinha que ser politicamente incorreta. Durante o filme, além da extrema violência explícita ainda se trata da descoberta da sexualidade entre as duas crianças (de forma bem poética), do amor, proteção e necessidade de convivência e aceitação.

Como sempre acontece, após a repercussão de Deixe Ela Entrar, criticado positivamente em muitos festivais e vencedor de mais de 40 prêmios mundo afora o filme já está com sua versão americana programada (infelizmente) e será dirigido Matt Reeves (diretor de Cloverfield – Monstro), provavelmente para tentar pegar um gancho no sucesso do Crepúsculo, e este é um bom motivo para ver esta versão original, para ter um senso crítico ao encarar o que está por vir.

Fiquem a vontade para comentar.

Att.

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