Ubuntu Phone é realidade

O mercado de tecnologia e principalmente os geeks anseiam há muito tempo por um smartphone rodando uma versão móvel decente do Linux. O entusiasmo foi maior ainda quando em 2014 a empresa Canonical, desenvolvedora da distribuição Linux Ubuntu (uma das mais presentes no mercado) prometeu criar este dispositivo.
Inicialmente ela tentou criar o aparelho através de crowdfunding (financiamento coletivo), e com seu projeto “Ubuntu Edge” bateu o recorde de arrecadação no Indiegogo – precisamente US$ 12.812.776 coletados. Mesmo assim ficou muito longe da meta estabelecida de US$ 32 milhões e por isso foi arquivado, junto com as esperanças da comunidade do pinguim de levar seu sistema operacional predileto no bolso da calça (ou em suas bolsas, para as meninas). Só pra termos uma idéia da força do projeto, nas primeiras 24 horas, as contribuições superaram a casa dos US$ 5 milhões.[pullquote]O entusiasmo foi maior ainda quando em 2014 a empresa Canonical, desenvolvedora da distribuição Linux Ubuntu (uma das mais presentes no mercado) prometeu criar este dispositivo.[/pullquote]
Como o amadurecimento da ideia finalmente a desenvolvedora mudou sua estratégia e criou as parcerias que se entusiasmaram para trazer esse novo sistema operacional a realidade. Uma delas foi a Meizu, que vende smartphones Android potentes e bem baratos em seu país natal, a China. Um de seus lançamentos, o Meizu MX3, possui tela de 5,1 polegadas, processador Exynos 5 Octa (Samsung Galaxy S4) com ótimos 2GB de RAM.
Mais, por razões que só são entendidas pela dinâmica do mercado de tecnologia, por mais que a iniciativa tenha sido  idealizada pelas gigantes, foi uma pequena fabricante espanhola que finalmente trouxe o sistema ao mercado.

A européia BQ recriou seu celular Aquaris, que roda Android, adaptando o seu hardware para ficar compatível com o sistema do pinguim. E assim o Smartphone Aquaris E4.5 “Ubuntu Edition” ganhou mercado. Ele é um Smartphone de entrada, com um processador MediaTek quad core de 1,3 GHz e GPU Mali400 sem opção 4G, com 8 GB de armazenamento interno e slot para cartão microSD (até 32 GB). Telinha de 4,5 polegadas (resolução qHD 960×540 com densidade de 240 ppi), bateria de 2150 mAh e câmera traseira de 8 megapixels com dual flash e frontal de 5 megapixels, provavelmente para entrar na nova moda mundial do “self”. Como a maioria dos celulares de seu porte ele é Dual Chip (micro SIM) e custa 169,90 euros (equivalente a R$ 540). Inicialmente irá suprir somente o mercado europeu.
Seus concorrentes são os celulares de entrada, como o Moto G, Moto E, Galaxy Ace e os Lumia 530 e 535.

Veja aqui a página oficial do aparelho

Opinião do editor

Eu sou a favor da diversidade tecnológica e da concorrência, mais eu tinha esperança que esse aparelho fosse desenvolvido por uma grande fabricante, como a Samsung. A BQ pegou um telefone bem simples e barato e portou o sistema pra ele, o que pode comprometer a experiência no uso do sistema e afastar os entusiastas. Espero que o Ubuntu seja leve o suficiente para não engasgar e fazer feio em seu primeiro aparelho e que assim a BQ ou alguma outra empresa desenvolva um aparelho médio ou TOP a partir do zero para ser totalmente compatível com ele, pois por mais que não vá fazer frente aos grandes players do mercado, trata-se de uma versão do Linux, um dos Sistemas Operacionais mais usados no mundo.