Brasileira Priscila Kosaka cria sensor que descobre câncer antes de sintomas

Priscila Kosaka [pullquote]A cientista brasiliense Priscila Kosaka desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa as biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas no paciente. [/pullquote]Depois da decepção com o futebol e com os caminhos que a política está indo, é hora do brasileiro comemorar! A cientista Priscila Kosaka, brasiliense de 35 anos, membro do Instituto de Microeletrônica de Madrid há seis anos, desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa as biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas no paciente.
O resultado vem do uso de um nano sensor com sensibilidade 10 milhões de vezes maior que os disponíveis nos exames tradicionais que verificam as amostras de sangue dos pacientes. A invenção é tão eficiente que é provável que também seja utilizada no combate a hepatites e ao mal de Alzheimer.

Quem é Priscila Kosaka?
Bacharel em química pela Universidade de Brasília e doutora na área pela Universidade de São Paulo, Priscila é a responsável pelas atividades relacionadas à funcionalização de superfícies do laboratório, além de trabalhar na otimização de estratégias de imobilização de biomoléculas em microcantilevers para biosensing. Ela atua ainda no desenvolvimento de sistemas de nanomecânicos e na combinação de nanotecnologias para o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico altamente sensíveis e específicos e é avaliadora e revisora de projetos europeus para a European Commission desde 2011.
Usando das propriedades distintas das partículas alteradas pelo câncer que estão presentes nas amostras de sangue o sensor, através de uma técnica chamada de bioreconhecimento, “captura” esta partícula, alterando seu peso e consequentemente a cor do seu espectro. Essa coloração diferente indica assim sinais da doença (tumor maligno). Segundo a cientista “a superfície do sensor muda de cor e brilha muito, como se fosse uma árvore de Natal”. O sensor pode detectar uma amostra muito pequena em meio a milhares de células, coisa que nenhum outro biomarcador conseguia até então, chegando a uma taxa de erro de 2 em cada 10 mil casos.

“Atualmente não existe nenhuma técnica que permita a detecção de moléculas que estão em concentrações muito baixas e que coexistam com mais de 10 mil espécies de proteínas numa única bioamostra, nenhuma técnica é capaz de encontrar a “agulha no palheiro”. Portanto, existe uma necessidade de tecnologias capazes de registrar moléculas individuais na presença de outras moléculas muito mais abundantes. E o nano sensor que desenvolvi é capaz de fazer isso”.

De acordo com a cientista, o nano sensor no futuro também poderá ser usado para identificar o tipo e a origem da amostra cancerígena.
Se essa importante ferramenta conseguir atingir seus objetivos, a identificação do câncer poderá ocorrer dispensando o uso da invasiva biópsia, podendo ser detectado até mesmo em check-ups normais, aumentando em centenas de vezes a chance de recuperação do doente e reduzindo o impacto do tratamento, que atualmente (por quimio ou radioterapia) nem sempre consegue curar o câncer e quando tem êxito deixa sequelas no paciente que se submeteu a ele.
O sensor ainda está em fases de teste, e a equipe da cientista está tentando conseguir fundos para a o financiamento da pesquisa. O objetivo maior de Kosaka é que o equipamento tenha um custo acessível e assim possa ser adotado por toda população. Ela ressalta que a descoberta está sendo testada há quatro anos, mas ainda faltam testes com amostras de doentes e com biomarcadores de última geração. A previsão de um sistema totalmente operacional e com um valor que seja acessível é de dez anos.

Dados da Organização Mundial da Saúde estimam 21,4 milhões de novos casos de câncer em todo o planeta em 2030, com 13,2 milhões de mortes e de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil tem 576 mil novos casos de câncer por ano. O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) é o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).

Fonte de pesquisa: portal G1

Sair da versão mobile