Critica: Star Wars – O Despertar da Força, sem Spoilers

Star Wars: o Despertar da Força - Cartaz

Star Wars: o Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens – 2015).

Como diz o próprio nome, finalmente a força acordou. Após 10 anos do último filme da trilogia (A Vingança dos Sith, 2005) – apesar de muitos fãs contarem mais de 30 anos por não considerarem a trilogia inicial (O Retorno de Jedi é um filme de 1983) – guerra nas estrelas finalmente está de volta, agora nas mãos da Disney e sobre a direção de J.J. Abrams (Missão Impossível, Alias, Lost, Star Trek). O  episódio VII traz uma incrível história, todos os elementos da trilogia clássica, personagens fascinantes e novas perspectivas para uma das melhores franquias do cinema.

Ficha

Sinopse de Star Wars (sem Spoilers):

O filme se passa 30 anos após os fatos ocorridos no filme “O Retorno de Jedi”, quando a Aliança Rebelde finalmente põe fim no Império. A queda do Imperador e de seu general Darth Vader trouxe um período de paz ao universo conhecido, mas por conta do equilíbrio entre as forças do bem e do mal, com o passar do tempo o que sobrou do império se reagrupou e levou ao surgimento de uma nova força ainda mais destrutiva, a Primeira Ordem (muito parecida com o movimento nazista da 2ª Guerra Mundial). Pelo que deu a entender no filme a Primeira Ordem, com seu chefe enigmático Snoke (que só aparece em cena visto como um holograma), está procurando pela localização do último Jedi conhecido, o Luke Skywalker, que está desaparecido há anos.

Apesar de ainda existir a república, a antiga rebelião se transforma agora na resistência, um grupo militar liderado pela General Leia. Sabendo da trama de Snoke, ela manda seu melhor piloto, o habilidoso Poe Dameron (Oscar Isaac), em busca informações que possa levá-la ao seu irmão antes de Snoke.

Um pouco de história:

É difícil falar de guerra nas estrelas sem citar seu pai George Lucas. A trilogia clássica criada por ele, episódios 4 (“Star Wars”, 1977), 5 (“O Império Contra-Ataca”,1980) e 6 (“O Retorno de Jedi”, 1983) foram um sucesso de tal forma que mudaram a história do cinema, tanto em relação aos efeitos especiais, que até hoje impressionam, mesmo se falando de um filme criado em 1977, quanto em relação a narrativa, que influencia até os filmes de aventura até os dias de hoje. Geeks, Nerds, aficionados por cinema, etc tem nesse universo inspiração para sua vida, e até mesmo a força, religião praticada no filme, virou a quarta maior religião do Reino Unido (Jediísmo). Infelizmente a trilogia inicial, episódios I (“A Ameaça Fantasma”, 1999), II (“O Ataque dos Clones”, 2002) e III (“A Vingança dos Sith”, 2005), que contava a história do vilão Darth Vader desde a sua infância não foram tão bem recebidas pelo público, talvez pelo personagem cômico desnecessário Jar Jar Binks, pela explicação física da força chamada de midclorians ou pelo excesso de computação gráfica, tramas políticas e falta de ação. Esse novo filme faz parte da nova direção da franquia, que foi vendida pelo seu criador George Lucas junto com a LucasFilms para os estúdios Disney por 4 bilhões de dólares.

Critica:

Se olharmos o filme como uma obra separada, o primeiro de uma série, é um filme que pode entrar para a história como um clássico de ação e ficção científica muito bem dirigido e com atuações incríveis, por outro lado, se o olhar como o sétimo filme de uma franquia, ele estará mais para um reboot com alguns elementos que o fazem parecer uma continuação, sendo visto que explicitamente todas referências e mitologias vieram dos episódios 4, 5 e 6, não possuindo nenhuma ligação com os episódios 1, 2 e 3 além dos nomes dos personagens.

Focando agora no filme: Abrams conseguiu criar um novo episódio que fez justiça aos originais. Todos os elementos estão lá, sem nenhuma mudança drástica visual como normalmente os remakes e/ou reboots fazem com a obra. Logo no início toda a multidão tem contato com a entrada padrão: o personagem principal da série, John Williams, com a magnífica “Star Wars Main Theme” arranca lágrimas dos mais antigos enquanto as letras com um resumo dos fatos ocorridos vão se distanciando até sumir no infinito. Apartir daí já vemos algumas diferenças… Nesse episódio existe uma trama bem menor, característica marcante das produções desse novo século. Como o desenrolar do filme os observadores mais detalhistas verão que esse filme tem como maior objetivo a arrecadação de bilheteria, e trata-se de um filme inicial de uma longa série (mesmo assim não deixa de ser um Guerra nas Estrelas).

Spoilers – daqui pra frente cuidado!!!!

J.J. Abrams optou por não criar um produto original. Talvez porque a Disney desejasse lançar algo que fosse bom para todos os publicos, principalmente seus clientes mais fiéis: adolescentes e crianças que. Para agradar os novos fãs da série, que em sua maioria que não assistiu nenhuma das trilogias anteriores a Disney pegou os episódios 4, 5 e 6 e condensou em um só (a história do jovem sendo iniciado na força, a apresentação de um poderoso exército do mal, de um vilão sinistro em ascensão e a criação e embate dos pilotos rebeldes contra uma maligna máquina de destruição espacial, a StarKiller, que substituiu a famigerada Estrela da Morte) e apresentou a eles novos heróis em sua faixa etária como a guerreira Rey (Daisy Ridley) e o Stormtropper fugitivo Finn (John Boyega). Para agradar aos fãs antigos eles trouxeram velhos elementos e personagens à tela, alguns explicitamente para se despedir, como Han Solo (quando ele começou a ver que Rey estava dominando todas as habilidades dele de piloto na Milennium Falcon, começamos a ver que tinha alguma coisa errada ali) e outros para complementar a trama com pequenas participações significativas como a General Leia, Chewie, R2D2, C3PO, Almirante Ackbar (It´s a Trap!!!), e a própria nave Milenium Falcon.

Novos personagens:

Rey é a heroína da série. A trama a mostra como uma adolescente que vive sozinha, independente e que foi abandonada quando criança e ainda espera pelo regresso de sua família. Tem habilidades desenvolvidas para sobreviver em meio a pobreza e a malandragem dos habitantes do árido planeta Jakku, como conhecimento de mecânica e piloto de naves espaciais, e a habilidade em se defender com bastão, além de possuir dons que no início do filme não tem certeza de como conseguiu, mas que com o tempo se revelam como dons da força.

Finn é o alívio cômico do filme e também um dos personagem que sofrem a maior transformação. Ele é um soldado Stormtrooper que trabalha na parte sanitária da StarKiller e que no início do filme está indo lutar sua primeira batalha em campo. Um detalhe importante é que ele não é um soldado clone, e sim de outro destacamento que possui guerreiros que foram treinados desde criança pra servir a primeira ordem. Por estar confuso com sua motivação ele não consegue matar e por isso na primeira oportunidade foge da base espacial da Primeira Ordem contando para isso com a ajuda do piloto da resistência Poe Dameron, que estava cativo na base. Eles procuram refúgio no planeta Jakku.

Para fechar os personagens principais temos o piloto Poe Dameron, que recebe da própria general Leia a missão de localizar o Jedi Skywalker (seu irmão gêmeo), mas é capturado por Kylo Ren. Também temos que citar o seu androide BB-8, o personagem mais querido do filme, que leva consigo um pedaço do mapa para localizar o paradeiro de Luke Skywalker.

Na Primeira Ordem temos o vilão temido Kylo Ren (Adam Driver), que é o filho de Han Solo e de Leia (sobrinho de Luke Skywalker) e se torna um poderoso cavaleiro negro, sendo treinado no lado sombrio pelo misterioso Snoke. Durante o filme ele apresenta três características marcantes: uma devoção religiosa ao lado negro da força e a memória de Darth Vader, uma instabilidade emocional que o leva a perder o controle durante todo filme, talvez fruto de sua idade e  um forte jeito de adolescente mimado e que não sabe muito bem lhe dar com negativas em sua vida (vemos isso no momento em que ele fala com a Rey: eu tenho tudo o que quero).

Também estão lá C3PO e R2D2, as naves TIE Fighter e X-Wing e o cargueiro corelliano YT-1300 (Millennium Falcon para os íntimos), que gera os primeiros aplausos  da plateia nos cinemas quando aparece em cena, numa hora em que Rey e Finn são perseguidos por soldados da Primeira Ordem que pousam em Jakku em busca do android.

Nem tudo é perfeito: Algumas Falhas

Os fãs se decepcionaram com a trama repetida. É o terceiro filme em que se destrói uma estrela da morte. Alguns mistérios também foram colocados muito drasticamente pelo diretor (é o estilo dele, que o fez se destacar em Lost), dando ao filme um clima meio de série ou produto inacabado, feito para ser um pedaço de uma história. A origem da Primeira Ordem, o porquê de seus generais serem tão jovens, o que ocorreu na escola anitga Jedi de Luke Skywalker e o desfecho de alguns personagens originais foram algumas das reclamações. Outro ponto que muitas pessoas estão questionando é que, diferente dos outros filmes da franquia, nesse o Jedi não é um cavaleiro tão habilidoso como era nos outros episódios, tanto que o Finn luta com um sabre de luz contra um Stormtrooper e é facilmente derrotado e mesmo assim consegue segurar Kylo Ren na luta final do filme (Kylo Ren estava ferido, mas isso não o impediu de quase matar Rey). Outro ponto que mitos reclamaram é da pequena participação de Gwendoline Christie (“Brienne de Tarth” de Game Of Thrones), que nem chegou a mostrar o rosto escondido na armadura da Capitão Phasma, mas que com certeza terá melhor participação nos próximos episódios.

Essa é minha visão sobre esse magnífico filme. Dei uma nota 8 pois com certeza esses problemas notados são características do Diretor J.J. Abrams que deixou o filme meio que “inacabado”, reservando alguns mistérios para que os próximos diretores de Star Wars Episódio VIII (Rian Johnson de “Looper”) e  Star Wars Episódio IX (Colin Trevorrow de “Jurassic World”) desenvolvam e resolvam, criando os próximos dois filmes que com certeza serão melhores.

Qualquer dúvida entrem em contato ou deixem seu comentário.

Att.

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