A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu informações de três estudos de vacina contra a Covid-19 brasileiras. Um destes imunizantes ainda em fase pré-clínica é da Farmacore Biotecnologia, em parceria com a americana PDS Biotechnology e a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
A vacina está atualmente em fase de testes em animais mas e Helena Faccioli, CEO da Farmacore Biotecnologia prevê que início dos testes em humanos comecem ainda no primeiro semestre de 2021
Em entrevista para o jornal CNN a executiva afirmou que a grande diferença deste imunizante, é a longa duração da ação protetiva:
“A gente tem testes de longo prazo em animais que mostram que depois de alguns meses, se você expõe de novo os animais ao coronavírus, o corpo ainda produz uma resposta imunológica. Então, ele tem uma duração maior no organismo das pessoas do que outras vacinas. Ela vai proteger por mais tempo”.
De acordo com a CEO todos os dados pré-clínicos já foram submetidos para a Anvisa. E assim que aprovados, a previsão é que neste semestre se iniciem os testes em humanos.
“Nós já estamos em negociação com os centros clínicos e já tem uma seleção de quem vai executar o ensaio clínico para a gente. Agora, depende da nossa interação com a Anvisa para conseguirmos começar. Mas vai começar neste semestre, certeza”, completou Faccioli.
Os testes em camundongos serão finalizados no mês de março para que os dados sejam submetidos à testes e o imunizante comece a ser usando no ensaio clínico em voluntários.
Até agora, a Anvisa já teve acesso à documentação das etapas pré-clínicas e, segundo a CEO, a Farmacore vem realizando algumas reuniões de acompanhamento com a equipe técnica da agência.
Diferentemente das outras vacinas, a da Farmacore aposta no uso de uma proteína recombinante derivada do vírus original.
“Ela é formada por uma partícula nano lipídica e uma proteína recombinante que é a S1. A S1 é derivada do coronavírus. Uma proteína segura, de fácil manuseio e de fácil produção. Não contém pedaço de vírus ou vírus atenuado ou RNA ou DNA. Então, é simplesmente uma proteína recombinante com uma partícula nano lipídica. […] Nós pensamos em tecnologias que fossem de fácil produção, seguras e que pudessem ser produzidas integralmente no Brasil na fase de vacinação em massa. Algumas etapas, hoje, ainda são executadas pelo nosso parceiro americano, mas nós já estamos em conversa e negociação com uma indústria farmacêutica brasileira para que este processo esteja aqui durante a fase 3, que é a mais longa”.
Fonte da notícia e dados: CNN