O cliffhanger, e como não “maratonar” uma série

Os roteiros são produzidos hoje em dia para terem esse efeito.

Não… Eu não vou fala sobre o filme de Sylvester Stallone de 1993 (Risco total). Quero narrar o famoso recurso “cliffhanger“, que de forma extrema, nos faz ficar horas e horas vendo uma série, algumas vezes passando a noite inteira em frente a televisão.

Os roteiristas estão cada vez mais especializados nos malditos “cliffhangers” (em português “à beira do abismo”) e isso nos leva a realizar o que eu chamo de “maratona involuntária”: nos sentamos em frente a TV à noite para ver um episódio de nossa série favorita. Quando ele acaba a coisa fica tão intensa e extrema que falamos para nós mesmos: “só mais um” e com isso vai à noite toda. Quando nos damos conta do tempo já é manhã e passamos a noite toda vendo aquele show na televisão.

Os roteiros são produzidos hoje em dia para terem esse efeito, e a coisa se agrava porque os streamings estão disponibilizando todos os episódios de uma temporada ao mesmo tempo, e isso nas mãos de uma pessoa viciada em séries (como nós) é pura tentação.

Mas como evitar isso sem apelar para nossa fraquíssima força de vontade em relação às nossas séries favoritas?

O “Pulo do Gato”

A curva da tensão de um episódio em uma série normalmente é:

gráfico 01 – Curva de Tensão em episódios de Séries

Pode ser que o piloto e o final sejam uma linha plana na parte de cima, e alguns episódios de “encher linguiça” sejam uma linha plana na parte de baixo, mas os demais normalmente seguem essa curva.

Então, para que escapemos da armadilha do “cliffhanger” a técnica é assistir ao primeiro episódio e ir até a metade do segundo para então desligar. No próximo dia veja o restante do segundo e vá até a metade do terceiro e daí em diante.

Permaneça nessa área da curva:

gráfico 02 – Melhor parte do episódio para você desligar

Fazendo isso você verá o que ocorre com seu personagem predileto e vai desligar a série no momento mais lento do episódio, e por isso não vai passar o dia com aquela vontade de assistir televisão.

Essa é a técnica que eu uso, e funcionou comigo. Qualquer dúvida podem entrar em contato comigo nos comentários ou nas minhas redes sociais, inclusive para narrar as suas próprias técnicas.

cliffhanger” em português significa “à beira do precipício” ou “à beira do abismo“. É um recurso de roteiro utilizado em ficção, que se caracteriza pela exposição do personagem a uma situação limite, precária, tal como um dilema ou o confronto com uma revelação surpreendente. Geralmente, o cliffhanger é utilizado para prender a atenção da audiência e, em casos de séries ou seriados, fazê-la retornar ao filme, na expectativa de testemunhar a conclusão dos acontecimentos que o público espera ser chocante.

O termo teve sua origem por volta do início do século XX, e foi dicionarizada em 1937, no Oxford English Dictionary. Na época o recurso foi utilizado como fim de episódio para os seriados do cinema mudo, quando o personagem ficava literalmente “à beira do precipício”, e muitas vezes as frases “To be continued” ou “The End?” instigavam a curiosidade da audiência para o próximo episódio.

Artigo também publicado em meu Site Pessoal e em meu perfil no Medium

 

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