Snoop Dogg, Buzz Lightyear e a Treta do Beijo: Quando o Infinito Encontra a Polêmica

Entenda como a cena de um filme infantil gerou um debate global.

Close-up do rapper Snoop Dogg usando uma touca preta, olhando para a câmera com uma expressão séria, em um fundo roxo.

Snoop Dogg, que comentou publicamente sobre a polêmica no filme Lightyear, da Pixar. (Foto: VALERIE MACON/AFP via Getty Images)

Se você achava que a maior treta envolvendo Buzz Lightyear seria o Imperador Zurg, pense de novo. Em 2022, o patrulheiro espacial mais famoso da galáxia se viu no centro de um debate que dividiu a internet, envolveu governos e fez até o lendário rapper Snoop Dogg coçar a cabeça. Mas, afinal, o que aconteceu naquela missão da Pixar?

A polêmica, que parece ter saído de um roteiro de ficção científica, explodiu por causa de uma cena de poucos segundos no filme Lightyear. Nela, a personagem Alisha Hawthorne, amiga e colega de Buzz, beija sua esposa.  O momento, considerado o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo em uma animação da Pixar, foi visto por muitos como um avanço na inclusão, enquanto outros expressaram reservas sobre sua adequação para o público infantil.

O rapper Snoop Dogg trouxe uma perspectiva pessoal para a discussão pública. Durante um podcast, ele relatou ter se sentido desconfortável ao assistir à cena com seu neto. Segundo o artista, a pergunta da criança sobre como duas mulheres poderiam ter um filho o deixou sem uma resposta imediata. “Eles estão colocando isso em todo lugar… são crianças. Temos que mostrar isso nessa idade?”, questionou Snoop Dogg, refletindo a preocupação de uma parcela do público.

O debate em torno da cena também teve um capítulo importante nos bastidores da produção. O beijo foi inicialmente cortado da versão final do filme pela Disney. Em resposta, funcionários da Pixar protestaram contra a decisão, emitindo cartas que acusavam a empresa de censurar demonstrações de afeto LGBTQ+. A pressão interna fez com que a Disney revertesse a decisão, e a cena foi reintegrada ao filme.

A repercussão do filme ultrapassou as fronteiras dos Estados Unidos. A animação teve sua exibição proibida em mais de uma dúzia de países, majoritariamente no Oriente Médio e na Ásia, onde a cena foi considerada uma violação de normas culturais e de exibição.

Dessa forma, o caso Lightyear exemplificou um debate cultural mais amplo. De um lado, grupos defendem a importância da representatividade de diferentes arranjos familiares e identidades nas mídias, para que todas as crianças se sintam vistas e acolhidas. De outro, setores da sociedade questionam se conteúdos dessa natureza são apropriados para crianças, defendendo o direito dos pais de decidirem quando e como abordar o tema com seus filhos. O episódio envolvendo a animação da Pixar permanece como um estudo de caso sobre os desafios e as tensões no cruzamento entre entretenimento, cultura e valores sociais.

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