E aí, pessoal. Vamos ser brutalmente honestos por um segundo? Desde que vimos o final explosivo de Daniel Craig em Sem Tempo para Morrer, uma pergunta ecoa na mente de todo fã de 007: e agora? A gente fica naquele misto de ansiedade e pavor. Ansiedade por um novo começo, e pavor de estragarem um dos personagens mais icônicos da cultura pop. Eu, pelo menos, estava assim. Até hoje.
A notícia que pintou nos bastidores de Hollywood não é apenas um alívio; é um daqueles socos de empolgação que te deixam sem ar. Preparem-se: Denis Villeneuve, o cara que nos deu as obras-primas viscerais que são Duna e Blade Runner 2049, oficialmente contratou Steven Knight para escrever o roteiro do próximo filme de James Bond.
Se você não ligou o nome à pessoa, Steven Knight é “apenas” o cérebro por trás de Peaky Blinders. Sim, ele mesmo. O homem que criou Tommy Shelby e toda aquela atmosfera de crime, honra distorcida e masculinidade complexa em Birmingham.
Agora, pare e pense no que isso significa. É como se o Batman de Christopher Nolan encontrasse os anti-heróis de um drama da HBO.
De um lado, temos Villeneuve. Um diretor que não faz filmes, ele constrói mundos. Seus trabalhos são monumentais, frios, calculistas e de uma beleza que te sufoca. Ele não é um diretor de ação qualquer; ele é um arquiteto de tensão e atmosfera. Eu já consigo imaginar um Bond sob sua direção: menos explosões gratuitas, mais suspense psicológico. Um espião que se move por paisagens grandiosas e desoladoras, onde cada sombra esconde uma ameaça real e cada diálogo pesa uma tonelada. Um 007 que é, de fato, um instrumento cortante em um mundo brutal.
Do outro lado, temos Knight. O homem que entende da alma de personagens quebrados que vestem a armadura da violência e do poder. Peaky Blinders não é um sucesso apenas pelos ternos estilosos e cortes de cabelo; é um sucesso porque Tommy Shelby é um personagem fascinante em sua dor, sua ambição e sua frieza estratégica. Knight sabe escrever homens perigosos de um jeito que você não consegue desviar o olhar. Ele pode trazer para Bond uma profundidade que, sejamos sinceros, só foi arranhada na era Craig. Um agente secreto que não é apenas um herói a serviço da Rainha, mas um homem em constante conflito com seus demônios e com a própria natureza de seu “trabalho”.
A união desses dois talentos sugere uma reinvenção. Talvez a mais significativa da história da franquia. Estamos falando de um Bond que pode ser menos playboy e mais predador. Menos sobre gadgets mirabolantes e mais sobre o custo psicológico da espionagem. A era da diversão inconsequente parece estar dando lugar a algo mais denso, mais sério e, ouso dizer, mais artístico.
Claro, a grande questão ainda está no ar: quem vai vestir o smoking? A escolha do ator agora se torna ainda mais crucial. O papel vai exigir um intérprete capaz de navegar não só em cenas de ação, mas em um oceano de complexidade emocional que, ao que tudo indica, Villeneuve e Knight estão preparando.
Sinceramente? Pela primeira vez em muito tempo, não estou apenas curioso sobre o próximo 007. Eu estou genuinamente empolgado. Eles estão montando o time dos sonhos para, quem sabe, nos entregar o filme definitivo do James Bond. E eu mal posso esperar para ver o resultado. 😉
Referências:
- Peaky Blinders creator Steven Knight to write next James Bond movie (The Guardian)
- James Bond update: Steven Knight to write next 007 film for Amazon MGM Studios (aboutamazon.com)
- Denis Villeneuve to direct next James Bond film (007.com)
- What will Steven Knight and Denis Villeneuve do with James Bond? (Evening Standard)
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- Créditos: Jeff Spicer/Getty Images.