Pois é, a internet fez de novo. Quando a gente achava que a polêmica em torno do live-action de “Branca de Neve” já tinha esgotado todos os capítulos possíveis, Gal Gadot, nossa Rainha Má, decidiu jogar um galão de gasolina na fogueira. Em uma entrevista bombástica para a TV israelense, a atriz não mediu palavras e apontou um culpado inusitado para o desempenho decepcionante do filme: a pressão política em Hollywood contra Israel.
A coisa ficou séria. Segundo Gadot, o filme, que ela acreditava ter potencial para ser um “sucesso gigantesco”, foi diretamente impactado pelo clima que se instaurou na indústria após os ataques de 7 de outubro. “O que está acontecendo em todos os tipos de indústrias, e também em Hollywood, é que há muita pressão sobre as celebridades para se manifestarem contra Israel”, afirmou a atriz. “Fiquei desapontada que o filme foi muito afetado por isso e não se saiu bem nas bilheterias.”
O Elefante (e o Espelho Mágico) na Sala
Vamos ser sinceros: essa declaração transforma o set de “Branca de Neve” em um microcosmo do conflito do Oriente Médio. De um lado, temos Gal Gadot, uma ex-soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) e uma defensora declarada de seu país. Do outro, no papel da princesa titular, temos Rachel Zegler, que já usou suas redes sociais para postar a frase “e lembrem-se sempre, Palestina livre”. A tensão é tão palpável que quase dá para cortar com a espada de um príncipe. 😉
Essa dinâmica cria um subtexto fascinante e, ao mesmo tempo, trágico. A clássica rivalidade entre a Branca de Neve e a Rainha Má transbordou das telas e ganhou contornos geopolíticos. Aparentemente, a pergunta do espelho mágico agora não é mais “quem é a mais bela?”, e sim “de que lado você está?”.
Uma Tempestade Perfeita de Polêmicas
O mais impressionante é que essa controvérsia política é apenas a cereja no bolo de um filme que já nasceu em meio a uma tempestade. Muito antes da fala de Gadot, “Branca de Neve” já colecionava críticas da chamada frente “anti-woke”. Rachel Zegler foi alvo de ataques por seus comentários sobre o filme original de 1937, afirmando que o príncipe era um “stalker” e que sua versão da princesa não sonharia com o amor verdadeiro, mas sim em se tornar uma líder.
Essa tentativa de modernizar a personagem, somada a outras mudanças na história, ativou as defesas de fãs da animação. É como tentar rebootar Star Wars dizendo que o Millennium Falcon é ultrapassado e que Luke Skywalker era meio esquisitão. A reação é quase sempre garantida. A produção, portanto, já estava navegando em águas turbulentas muito antes de seu navio colidir com o iceberg da política internacional.
Disney em Xeque-Mate
Para a Disney, o cenário é um verdadeiro campo minado. A empresa, que sempre tentou se posicionar como um porto seguro de magia e escapismo, agora se vê presa no fogo cruzado da cultura e da política. Cada decisão de casting, cada alteração em um roteiro, é dissecada e, frequentemente, usada como arma por algum lado do debate.
Navegar neste ambiente é como tentar pilotar o Millennium Falcon através de um campo de asteroides de polêmicas, onde cada lado é um planeta com sua própria força gravitacional. Ao tentar agradar a todos com mensagens progressistas e, ao mesmo tempo, respeitar o legado de suas obras, a Disney corre o risco de, no fim, não agradar a ninguém.
O caso de “Branca de Neve” está destinado a virar um marco, um daqueles filmes que serão mais lembrados pelas discussões que gerou fora das telas do que pela história que contou dentro delas. É o retrato de uma era onde nem mesmo os contos de fadas, quando mal executados, estão a salvo das complexidades do mundo real.
Referências:
- Jerusalem Post: Confirma diretamente a entrevista de Gal Gadot e sua declaração ligando o fracasso do filme à pressão política em Hollywood sobre o conflito Israel-Palestina.
- Screen Rant: Relembra e detalha a controvérsia original causada pelos comentários de Rachel Zegler sobre o príncipe ser um “stalker”, que gerou o primeiro grande backlash “anti-woke” contra o filme.
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- Crédito: Divulgação/Disney.