Se você é fã de terror, provavelmente já sabe que “A Hora do Mal” (“Weapons”, no original) está em exibição e já carimbou seu passaporte como um dos filmes mais aclamados e chocantes do ano. Sob o comando de Zach Cregger – o mesmo diretor que nos deu os pesadelos de “Noite Brutais” (2022) –, o longa entrega uma experiência ambiciosa, cheia de surpresas e com um nível de perturbação que vai ficar na sua cabeça por dias.
Mas o que faz deste filme um fenômeno tão complexo? Ele é, ao mesmo tempo, um sucesso comercial estrondoso e um prato cheio para discussões. Vamos mergulhar fundo nessas camadas.
Um Tsunami nas Bilheterias
Vamos ser sinceros: a empolgação não ficou só no mundo digital. O filme foi um sucesso avassalador de bilheteria, arrecadando impressionantes US$ 70 milhões em todo o mundo em seu fim de semana de estreia. Os números são de cair o queixo:
- US$ 42 milhões apenas nos Estados Unidos.
- US$ 27,5 milhões no resto do mundo.
Para colocar em perspectiva, essa estreia global superou a de outros grandes sucessos originais de 2025. E o mais chocante: o filme de estreia de Cregger, “Noite Brutais”, arrecadou US$ 45 milhões durante toda a sua exibição. “A Hora do Mal” ultrapassou essa marca em três dias. Com um orçamento de US$ 38 milhões, o filme já é um sucesso financeiro e, pela reação do público, deve continuar atraindo multidões.
A Análise Crítica: Genialidade ou um Problema que se Repete?
Mas o sucesso estrondoso não veio sem debates. A genialidade de Zach Cregger é inegável, mas o filme acendeu uma polêmica sobre um vício que o diretor parece repetir: um problema flagrante com suas antagonistas.
Em “Noite Brutais”, o “monstro” era a Mãe, uma mulher deformada e selvagem que, apesar de ser vítima de décadas de abuso, era apresentada de forma a causar repulsa visual. Sua aparência era o principal motor do horror.
Em “A Hora do Mal”, embora a vilã Gladys tenha mais personalidade e poder, alguns críticos apontam que o filme novamente foca em sua aparência para chocar. Descrita com uma peruca laranja, maquiagem malfeita e um rosto doente e idoso, sua imagem é usada para perturbar o espectador. É, no mínimo, desconfortável que Cregger, pelo segundo filme consecutivo, encontre o horror na imagem de duas mulheres idosas, doentes e projetadas para serem convencionalmente pouco atraentes. A mensagem que fica é que a aparência delas é, por si só, algo para se chocar.
O Legado de ‘A Hora do Mal’
No fim das contas, “A Hora do Mal” é uma análise afiada da nossa sociedade. As “Armas” do título original são justamente aqueles problemas profundos e enraizados que nos ferem como um todo, com as crianças sendo as maiores vítimas.
O filme se consagra como um gigante financeiro e um catalisador para debates importantes. E o futuro de Zach Cregger? Com um sucesso desses, os rumores de que ele pode assumir um futuro filme da franquia “Resident Evil” só aumentam.
AVISO FINAL: A partir daqui, o artigo contém SPOILERS PESADÍSSIMOS. Se você ainda não viu o filme, pare de ler agora!
O Final Explicado (Para quem já viu ou não tem medo de spoilers)
Você foi avisado!
A trama principal de “A Hora do Mal” envolve o misterioso desaparecimento de 17 crianças da classe da professora Justine Gandy (Julia Garner). Elas fogem de casa à noite, exceto por um garoto, Alex.
No clímax do filme, descobrimos a verdade: a grande vilã é Gladys (Amy Madigan), a tia-avó de Alex. Ela é uma bruxa que sequestrou as crianças e as mantém presas em um porão para se alimentar de sua energia vital e, assim, curar sua própria doença terminal.
Quando a professora Justine e o pai Archer (Josh Brolin) finalmente encontram o cativeiro, são atacados por Gladys. No momento crucial, Alex, que ajudava a tia-avó por medo, se rebela e a ataca, quebrando o feitiço que controlava as outras crianças.
É aqui que acontece a cena mais insana do ano: as 17 crianças, agora livres e em um estado de fúria selvagem, perseguem a bruxa Gladys pela casa. A caçada termina de forma brutal quando elas a alcançam, a despedaçam ao meio e devoram seus membros.
Com a morte de Gladys, o feitiço é quebrado permanentemente. As crianças sobrevivem, mas, como uma narração final deixa claro, carregarão os traumas daquela noite para o resto de suas vidas.
Referências:
- Elenco e Produção: Variety – Josh Brolin to Star in Zach Cregger’s ‘Weapons’ After Pedro Pascal Exits
- Data de Lançamento: The Hollywood Reporter – Warner Bros. Dates ‘Mortal Kombat 2,’ ‘And More’ for 2025 and 2026
- Guerra de Lances pelo Roteiro: Deadline – New Line Wins Bidding War For Zach Cregger’s Next Horror Pic ‘Weapons’
- Collider: ‘Weapons’: Zach Cregger’s Follow-Up to ‘Barbarian’ Is About Old Women and Is Just as “Outlandish”
Imagem:
- Divulgação / New Line Cinema.