Nessa terça feira o secretário de Defesa dos EUA Mark Esper afirmou que a China está exportando drones com autonomia letal para o Oriente Médio. É a primeira vez que um alto funcionário da Defesa reconheceu que a China está vendendo drones capazes de tirar a vida com pouca ou nenhuma supervisão humana.
Esper, em depoimento à Conferência da Comissão de Segurança Nacional sobre Inteligência Artificial no último dia 4 disse que:
Enquanto conversamos, o governo chinês já está exportando alguns dos seus drones aéreos militares mais avançados para o Oriente Médio, enquanto se prepara para exportar seus VANTs (veículos aéreos não tripulados) furtivos de próxima geração quando eles entrarem em operação online. Além disso, os fabricantes chineses de armas estão vendendo drones anunciados como capazes de total autonomia, incluindo a capacidade de realizar ataques letais.
A empresa chinesa Ziyan, por exemplo, comercializa o Blowfish A3, que é essencialmente um drone de helicóptero equipado com uma metralhadora. Segundo eles o Drone tem capacidade de:
realizar autonomamente missões de combate mais complexas, incluindo detecção de ponto fixo, reconhecimento de alcance fixo e ataques de precisão direcionados”.
Greg Allen, chefe de estratégia e comunicação do Centro de Inteligência Artificial Conjunto do Departamento de Defesa, também afirmou em fevereiro que a companhia chinesa Ziyan está negociando a venda do Blowfish A2 aos governos do Paquistão e da Arábia Saudita.
No ano passado, Zeng Yi, executivo sênior da NORINCO, terceira maior empresa de defesa da China, previu que:
Nos futuros campos de batalha, não haverá mais pessoas lutando.
Esper também disse que as redes de software de vigilância e hardware chineses poderiam ajudar a China a desenvolver seu sistema de Inteligência Artificial:
Todos os sinais apontam para a construção de um estado de vigilância do século XXI destinado a censurar a fala e negar os direitos humanos básicos em uma escala sem precedentes. Não precisa ir além do uso da vigilância para reprimir sistematicamente mais de um milhão de muçulmanos. Pequim tem todo o poder e ferramentas necessárias para coagir a indústria e a academia chinesas a apoiar seus esforços liderados pelo governo.
Uma empresa que tem recebido críticas recentemente para parcerias com pesquisadores chineses é o Google. Na terça-feira, Kent Walker, o vice-presidente sênior de assuntos globais da empresa justificou sua parceria:
Optamos por expandir nossas operações lá com muito cuidado.
Segundo Walker as parcerias são limitadas à publicidade e ao trabalho para apoiar a abertura de negócios.
Fonte e imagens: Defense One.com