Última atualização em 2 de fevereiro de 2021
Lançadas em 1977 a missão das sondas espaciais Voyager era estudar os planetas do sistema solar, tendo como seu objetivo máximo fotografar Júpiter. Passando-se mais de 40 anos a missão se estendeu muito além do projetado e hoje, elas estão entre as cinco sondas no limiar de deixar o Sistema Solar, rumo a explorar o Espaço Profundo.
Mesmo distantes, as duas Voyager ainda estão ativas e são capazes de se comunicar com a Terra através da Deep Space Network (DSN), um sistema global de comunicações da NASA que cobre toda a circunferência da Terra, dividida em três estações: uma na Califórnia, outra em Madri e uma terceira em Camberra, na Austrália.
Pois foi exatamente a terceira estação que apresentou problemas, acabando por cortar as comunicações entre a NASA e a sonda Voyager 2 por 8 longos meses. A Deep Space Station 43 na Australia, a maior instalada no hemisfério sul com 70 metros de diâmetro, apresentou defeitos após permanecer em funcionamento por quase 48 anos.
Ela é a única com potência capaz de alcançar a Voyager 2, a 120 Unidades Astronômicas (a distância média entre a Terra e o Sol) ou 18 bilhões de quilômetros, segundo dados de 2019, e se afastando a uma velocidade de escape de 3,3 UAs por ano. Isso porque a trajetória da sonda foi alterada em 1989, para monitorar Tritão, um dos satélites naturais de Netuno.
Já a Voyager 1, mesmo estando mais longe e se movendo mais rápido, é plenamente comunicável com a NASA por outras antenas. A Voyager 2 depende da DSS-43 para ligar para casa, só que a estação nunca passou por manutenções críticas. As outras estações localizadas no hemisfério norte podem receber suas transmissões, mas não podem mandar nada.
A manutenção da estação só será concluída em fevereiro de 2021, mas a estação pôde ser ligada para enviar um comando à Voyager 2, que respondeu à solicitação normalmente. A DSS-43 contará com sensores de última geração, muito mais sensíveis que os antigos, que permitirão o contato com outras sonda no espaço, além da Voyager 2, que com sua irmã já extrapolou todos os limites de suas missões originais.
Segundo projeções da NASA, ambas ficarão sem energia entre 2025 e 2030, quando passarão a navegar pelo Cosmos sem apoio e monitoramento da Terra.
Mesmo fora de operação, continuarão seu percurso para o espaço sideral levando consigo dados e informações valiosas, como um registro de nossa civilização, sons e músicas da Terra em seus discos dourados, que provavelmente será descoberta por uma civilização distante, daqui a milhares de anos.
Fonte: NASA