Última atualização em 19 de agosto de 2016
Bitcoin ou Eletronic Peer-to-peer Money Sistem, é uma forma de pagamento (um tipo de dinheiro digital) que pode ser usada para qualquer de operação de compra e venda, em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de câmbio ou conversão.
Ele vem causando uma quebra de paradigmas como o Napster fez com a música ou o Torrent trouxe a indústria cinematográfica. Além de trazer desconforto a muitos países e instituições financeiras.
O que o faz o bitcoin diferente das demais formas de pagamento?
Diferente das transações bancárias, cartões de crédito, paypal, etc, bitcoin é a única moeda digital que funcionou por não ter nenhum órgão que a controle, imponha taxas ou comandando as operações. O sistema funciona de uma forma inteligente similar ao dinheiro físico:
- Não precisando de intermediários (como no cartão de credito).
- Os pagamentos são irreversíveis (uma vez pago aquele bitcoin passa a pertencer ao destino, não sendo possível ser utilizado por alguém além dele ou ser feito uma cópia do mesmo).
- As trocas são privadas, sem registro localizável.
- Funciona de forma parecida ao torrent, em uma rede descentralizada.
Por essas características é praticamente impossível a um país, banco ou grupo de hackers controlar, roubar ou causar algum dano ao funcionamento dessa rede. A única forma de parar o funcionamento dessa rede seria parando a internet por completo.
Como funciona o bitcoins
O bitcoin é baseado em uma Blockchain (espécie de livro contável). Essa estrutura de controle e tão bem elaborada que muitas empresas do setor financeiro, imobiliário e governamental estão usando seus princípios para melhorar seu modo de registar informações importantes em sua área de atuação.
O blockchain é o projeto de computação distribuída mais robusto do planeta, que de longe supera os poder computacional dos 500 maiores supercomputadores do mundo.
Infelizmente, como é um dinheiro que não se consegue rastrear, ele é muito usado em operações ilícitas e fraudulentas, como foi o caso do site de drogas SilkRoad que existia na deepweb.
Como surgiu o bitcoin
O bitcoin foi criado por uma pessoa apelidada de Satochi Nakamoto, e até hoje ninguém teve contato com ele. Ele publicou um “paper” de 9 páginas sobre o assunto em 31 de outrubro de 2008 (auge da crise financeira mundial) em um grupo de discussão sobre criptografia. Nesse documento tinham praticamente 20 anos de pesquisa em criptografia e redes descentralizadas.
Em janeiro de 2009 ele publicou o software que manipulava a moeda
Quanto vale um bitcoin?
Até o final de 2009 ele era apenas para uso teórico e testes e por isso não tinha de preço de marcado. A primeira vez que ele foi usado oficialmente foi em 2010 quando quando um usuário chamado lazaro, que tinha 10.000 bitcoins nos EUA queria comprar uma pizza e um outro usuário na Inglaterra aceitou o desafio, comprou uma pizza no cartão de crédito, pediu para entregar na casa de Lázaro e recebeu os seus 10.000 bitcoins por pagamento. Se fosse nos dias de hoje essa pizza teria saído por mais de 5 milhões de dólares.
Hoje um bitcoin vale em torno de 540 dólares, e a moeda pode ser dividida em até 8 casas decimais.
Quem controla, quem emite?
A resposta e a mesma para as duas perguntas: ninguém. Cada vez que alguém compra ou vende com a moeda uma pequena taxa e descontada dessas carteiras e é passada para a pessoa que autentica a operação. Essas pessoas são chamadas de mineradores de bitcoin, e além de receberem esse valor como recompensa ainda recebem uma nova fração de bitcoin gerada. Qualquer uma pessoa pode ser um minerador e quanto mais potente seu computador mais rápido ganhará recompensa, mas de acordo com o “paper” e pela lógica que foi construída, a carteira do bitcoin só poderá emitir até 21 milhões de unidades (a cada 10 minutos o sistema gera 25 biticoins que são distribuidos entre os mineradores, de acordo com sua capacidade computacional).
Mas não fiquem tristes, pois mesmo depois que se esgotarem todas as moedas os mineradores ainda receberão recompensas pela autenticação das operações (cada operação autenticada gera 0,002 bitcoin).
Muitas pessoas desconfiam que alguns aplicativos que usam muito tempo de máquina dos nossos computadores, como os aplicativos para download de torrents, são na verdade mineradores de bitcoin que geram secretamente milhares de dólares em bitcoin para seus desenvolvedores.
Existe a possibilidade de alguém do nada vir a ser proprietário de bilhões de bitcoins?
Não é possível, pois existe um limite para a quantidade de moedas disponíveis e é impossível que altos valores sejam gerados, mesmo utilizando poderosos supercomputadores (grande parte do valor ganho será usado para os gastos com internet, energia elétrica, manutenção e operação dessas máquinas). É claro, uma pessoa pode comprar uma pequena fortuna em bitcoins e com isso ter esse valor virtual em sua carteira, mas o dinheiro só passou de um meio para o outro, não apareceu do nada.
Bitcoin é uma ideia nova? É único no mercado?
Não é uma ideia nova. Na década de 90, muitas empresas tentaram fazer alguma solução parecida, mas esbarravam na necessidade de ter um controle central das transações para evitar que um usuário avançado realizasse fraudes ou que um hacker criasse um malware para roubar dados do usuário quando um valor estivesse sendo negociado.
Só que essa centralização gerava uma dependência do sistema privado e a confiança em que ele nunca fosse invadido, sem contar que as operações realizadas sempre ficam na mira dos governos que podiam as taxar de acordo com sua vontade e necessidade (vide as taxas cada vez maiores dos cartões de crédito, operações financeiras e juros de empréstimos realizados pelo governo, além de taxas oportunistas como a CPMF).
Como e onde usar???
Para usar o bitcoin a pessoa deve ter um dispositivo conectado na internet. O primeiro passo é baixar um aplicativo chamado carteira virtual. O mais famoso é o Blockchain Wallet, disponível para iOS e Android (grátis).
Crie uma conta senha e já está pronto para usar. Pegue um produto seu e venda e a pessoa que comprou vai transferir um valor para a sua carteira, que após a autenticação estará disponível para que use em outras transações.
Também é possível comprar e vender a moeda em Bancos de Bitcoins para iniciar sua operação, mas a não ser que queira trabalhar com rendimentos, sugiro que use sua carteira virtual e não a das instituições, pois assim não ficará sujeito as suas taxas.
Quais são as vantagens?
Pode ser usado para se proteger das altas taxas bancárias, da opressão dos impostos do governo, para retirar dinheiro do pais e para fazer doações realmente anônimas. A taxa de transação é baixíssima, de apenas 0.002 bitcoins.
Em um pais como o nosso onde 45% da população não tem acesso ao sistema bancário, basta apenas um Smartphone para se conseguir embarcar em um sistema financeiro seguro onde milhões de pessoas já estão realizando suas operações.
Quais são as desvantagens?
Da mesma forma que o dinheiro físico, como é uma moeda irrastreável, se você perder sua senha e/ou carteira virtual é impossível de recuperar aquele valor disponível. O câmbio dela é instável e está subindo a cada dia, por isso deve se tomar cuidado com transações de longo prazo e não há garantias de que o valor vai se manter alto para sempre.
Para finalizar: e o “lastro”?
Não é a finalidade desse artigo entrar na teoria da moeda e por isso simplificando e até “matando” essa matéria, que é complexa e fascinante de ser estudada, podemos afirmar que a maior preocupação de quem trabalha com o mercado financeiro e que gera uma desconfiança com a moeda e a respeito do lastro. Mas se analisarmos o histórico da evolução das moedas no mundo vemos que inicialmente o lastro baseado na quantidade de ouro disponível na nação, que regulava a emissão do papel moeda, e por isso a nação não poderia emitir mais dinheiro que a quantidade de ouro em seus cofres pois isso geraria uma inflação extrema e a desvalorização da moeda local, mas a história provou que isso não funcionava, ainda mais agora que o lastro mundial de fato não é mais o ouro e sim outros indicadores como o dólar.
Lastro governamental hoje em dia não garante mais uma moeda boa e na prática só serve para o Estado controlar o trabalho de sua “casa da moeda”. Para o indivíduo é irrelevante.
O lastro do bitcoin não é regulado pelo governo. A moeda tem um lastro matemático, limitado pela lógica com regras definidas pela própria rede, pela criptografia que impede que uma pessoa ou pais gerasse moedas a seu desejo, e também impede que a moeda seja depreciada de propósito. Quem regula tudo isso é o sistema e as pessoas que fazem parte dele, como acontece com o dólar e com o euro o preço e mantido por quem está comprando e vendendo.