10 coisas que usamos e foram inventadas pela NASA

E uma que todo mundo fala é mas não foi

Existe uma brincadeira na internet na qual quando algo extraordinário e simples é inventado o criador é mandado para ser estudado na NASA.  NASA significa National Aeronautics and Space Administration ou Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço, e é uma agência do Governo Federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial.

A empresa foi criada em 1958, pelo presidente americano Dwight D. Eisenhower. Desde o início, ela tem o objetivo de realizar pesquisas espaciais e com o conhecimento adquirido realizar invenções que possam beneficiar a humanidade. Trabalhando em associação com empresas privadas e equipes de pesquisa, a agência espacial já registrou mais de 3.600 patentes, e forneceu conhecimento ou tecnologia para itens de segurança, saúde, comunicações e até mesmo entretenimento.

Desde 1976, ela tem publicado anualmente uma lista de tecnologias e produtos desenvolvidos pela indústria e que tem alguma ligação com suas pesquisas. Trata-se do anuário “Spinoff“, no qual você pode encontrar referências a coisas interessantes como marca-passos aperfeiçoados, máquinas de exercício top de linha, e rádio satélites. Tudo possível graças às ideias ou inovações da NASA.

Aproveitando uma curadoria feita pela revista curiosity do discovery.com, listarei aqui 10 destes produtos que você talvez tenha usado, ou ainda vai usar (e um de bônus no final):

10 – Aparelhos ortodônticos invisíveis

Muitos adolescentes (a adultos) tem um verdadeiro terror em usar os aparelhos ortodônticos de metal. É o famoso “sorriso metálico, mas ficar com a boca cheia de metal é necessário para garantir dentes em ordem. Ou pelo menos era. Em 1987 foram lançados os aparelhos ortodônticos invisíveis, e atualmente existem várias empresas fabricando os mesmos.

Eles são feitos de alumina policristalina translúcida (TPA), desenvolvida por uma companhia chamada Ceradyne, em conjunto com a Pesquisa Avançada de Cerâmica da NASA, para proteger as antenas de infravermelho de mísseis com rastreadores de calor.

Ao mesmo tempo, outra companhia, a Unitek, estava trabalhando em um novo desenho para aparelhos protéticos, um que seria mais bonito e não teria o metal brilhante. Ela descobriu que o TPA seria forte o suficiente para ser usado e era translúcido, o que o tornava ideal para os aparelhos invisíveis. Com a popularidade instantânea obtida, os aparelhos ortodônticos invisíveis estão entre os produtos de maior sucesso da indústria ortodôntica.

9 – Lentes para óculos resistentes a arranhões

Em 1972, a Administração de Drogas e Alimentos americana passou a exigir que as lentes de óculos usassem plástico em vez de vidro nas lentes de óculos, principalmente por causa do risco representado pelos cacos que os vidros produzem ao quebrar. Além disso, o uso de lentes plásticas tem outras vantagens: o plástico é mais barato, absorve melhor a radiação ultravioleta, é mais leve, e menos propenso a se quebrar.

Mas ele tem um ponto fraco: tende a se arranhar facilmente, e uma lente toda arranhada não melhora a visão de ninguém. A NASA também tinha essa dificuldade: precisava de um revestimento para proteger os equipamentos espaciais, principalmente os visores dos astronautas, de poeira e partículas que são encontradas no espaço. A solução veio na forma de um revestimento contra arranhões aplicado sobre as superfícies a serem protegidas, desenvolvido no Centro de Pesquisas Ames.

A empresa Foster-Grant, fabricante de óculos escuros, viu aí uma oportunidade e licenciou a tecnologia da NASA para seus produtos. A lente de plástico com revestimento especial lançada em 1984, chamada Space Tech Lens, é dez vezes mais resistente a arranhões que as lentes sem revestimento.

8 – Espuma “com memória”

A pior parte de uma missão espacial, e a hora mais tensa é o pouso. Para diminuir o impacto das naves com o solo a NASA desenvolveu um plástico com capacidade de distribuir igualmente qualquer peso e pressão aplicados nele para uma eficaz absorção de choques. Mesmo depois de ser comprimido até 90%, ele irá retornar à sua forma original. Por estas características, ele também é usado por empresas de aviação privadas e comerciais na confecção de assentos.

Mas os usos da “espuma plástica” são mais abrangentes. As características de distribuição de peso e sensibilidade térmica tornam a tecnologia importante para pessoas que estão acamadas ou presas a leitos. Os médicos podem desenhar colchões de espuma para reduzir a pressão em certas partes do corpo e evitar desconfortos. Outras companhias integraram esta espuma em próteses de membros, por que ela tem o aspecto e dá a mesma sensação de pele, além de diminuir a fricção entre as próteses e as juntas.

Outros usos comerciais incluem estofamento para bancos de motos, moldes personalizados para costura, e proteção para pilotos de corrida.

7 – Termômetro auricular

Os profissionais de saúde fazem centenas de medições de temperatura corporal por dia. No século passado, quando ainda se usava o termômetro de mercúrio para essa medição, o aparelho levava um tempo considerável para apresentar a leitura correta.

A empresa Diatek resolveu, em 1991, aproveitar a tecnologia que a NASA usa para medir a temperatura de estrelas usando o infravermelho e em conjunto com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, criou um sensor de infravermelho que serve como termômetro auricular. Este tipo de termômetro faz a leitura da energia térmica que é dissipada pelo tímpano que, como está dentro do corpo, fornece uma leitura mais exata da temperatura corporal. Eles fornecem uma leitura muito mais exata da temperatura, e em menos de dois segundos.

6 – Palmilhas

Quando Neil Armstrong deu o primeiro passo na lua, ele estava usando botas especiais, que davam elasticidade às passadas e forneciam ventilação. As companhias de calçados desportivos adotaram esta tecnologia na construção de calçados melhores, que diminuíssem o impacto sofrido pelos pés e pernas dos atletas. A empresa KangaROOS aplicou os princípios e materiais das botas lunares em uma nova linha de calçados desportivos, no meio da década de 1980. Eles patentearam um tecido tridimensional de espuma de poliuretano Dynacoil, que distribuía a força aplicada pelo pé. Ao torcer as fibras dentro do tecido, o KangaROOS absorve a energia da passada, devolvendo-a depois ao pé.

Outro fabricante de calçados, a AVIA, também converteu a tecnologia do calçado lunar em calçados atléticos. A câmara de compressão patenteada AVIA fornece o efeito de mola e de absorção de choque a calçados por longos períodos de uso.

5 – Comunicações a longas distâncias

A NASA vem trabalhando por décadas para melhorar as comunicações sem fio no planeta. Antes do homem ir ao espaço, a empresa construía satélites que podiam comunicar-se com o pessoal em solo, informando como era o espaço exterior. Usando uma tecnologia similar, cerca de 200 satélites de comunicação orbitam a terra a cada dia. Estes satélites recebem e enviam mensagens que permitem que as pessoas conversem entre si mesmo estando em lugares diferentes do mundo, como se estivessem conversando cara a cara. A NASA monitora a posição e o estado geral destes satélites para garantir que estas comunicações não sejam interrompidas.

4 – Detector de fumaça ajustável

Quando estava construindo a primeira estação espacial americana, o Skylab, a NASA precisava de uma forma de informar aos astronautas se houvesse fogo ou gases tóxicos no veículo. A agência então juntou-se à Honeywell Corporation, e inventou o primeiro detector de fumaça com diferentes níveis de sensibilidade, para evitar alarmes falsos.

O primeiro detector de fumaça e gases tóxicos a ser comercializado era chamado de detector de fumaça de ionização. Ele usava um elemento radioativo, o amerício 241, para detectar fumaça e gases perigosos. Quando partículas de oxigênio e nitrogênio passam pelo detector, o amerício 241 ioniza as mesmas, o que cria uma corrente elétrica. Se partículas estranhas entrarem no detector, a corrente é interrompida, disparando o alarme.

3 – Ranhuras de segurança nas estradas

Nos anos 1960, a NASA estava trabalhando para melhorar a segurança dos pousos e decolagens de aeronaves no Centro de Pesquisa Langley, e uma das coisas que eles experimentaram foi criar ranhuras na pista de rolagem. As ranhuras servem para dar vazão ao excesso de água durante chuvas, e também aumentar a fricção entre os pneus e o concreto, aumentando a segurança dos veículos.

Quando os engenheiros de tráfego perceberam que as ranhuras funcionavam bem, passaram a aplicar as mesmas técnicas em autoestradas. De acordo com a NASA, as ranhuras diminuíram os acidentes, como os causados por aquaplanagem, em cerca de 85%.

Hoje você encontra as ranhuras de segurança em travessias de pedestres, ao redor de picinas e em currais. Esta inovação acabou criando uma indústria, representada pela International Grooving & Grinding Association.

2 – Ferramentas sem fio

A empresa Black & Decker, que criou a primeira ferramenta à bateria em 1961. A NASA considerou tão útil o produto que refinou a tecnologia de forma a permitir equipamentos médicos mais leves, aspiradores de mão, e outras ferramentas fossem desenvolvidas com mais eficiência, tudo por que precisavam de ferramentas para coletar amostras de rocha e solo lunar. A furadeira deveria ser leve, compacta e poderosa o suficiente para cavar fundo na superfície da lua. Carregar um fio seria complicado, então a NASA, junto com a Black & Decker, inventou uma furadeira de motor a magnetos sem fio.

Depois do projeto da NASA, a Black & Decker aplicou os mesmos princípios para criar outras ferramentas leves e à bateria para usuários comuns.

1 – Filtros de água

A água é essencial à sobrevivência. Sendo assim, a capacidade de converter água contaminada em água pura é um feito científico incrivelmente importante. Essa tecnologia para filtrar a água existe desde os anos 1950, mas a NASA precisava saber como limpar a água em condições mais extremas, e como mantê-la limpa por longos períodos de tempo, já que um astronauta doente no espaço por causa de águas contaminadas seria muito problemático.

Se você examinar um filtro de água, vai ver partículas de carvão dentro dele. Algumas vezes, quando um filtro é usado pela primeira vez, a água que sai inicialmente vem preta por causa deste carvão. Este carvão é especialmente ativado e contém íons de prata que neutralizam os patógenos presentes na água. Além de matar as bactérias na água, os filtros também evitam crescimentos posteriores de bactérias. Algumas companhias estão usando esta mesma tecnologia para fornecer sistemas de filtro de água usados nas casas.

Bônus: Um produto que a NASA não criou: o sucoTang

A pesquisa e inovação financiada pela NASA tem um papel importante nas nossas vidas, mas algumas vezes as pessoas atribuem à NASA produtos que ela não criou. Um dos enganos mais comuns envolve uma bebida em pó, o Tang.

Você talvez já tenha ouvido falar que o Tang foi feito pela NASA, mas na verdade a General Mills fabricou o Tang em 1957. O erro talvez se deva ao fato que ele foi selecionado para uma experiência para encontrar a comida ótima para o ambiente espacial, em 1962.

Fonte da pesquisa: Site curiosity dadiscovery
Imagens: Busca sem Royalties no Google Imagens

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